Vive-se, nesse presente precário, com os olhos naquele distante passado prometedor e com receio de que, em breve, estejamos num futuro miserável, o que mais se abaterá sobre nós? Esses sentimentos desnorteadores ladeiam a política nacional, que nos sufoca com as nuvens tóxicas compostas por elementos podres de todos os partidos. Os ares de Brasília subiram e contaminou a atmosfera do território brasileiro.
Aqui em baixo estamos todos paranóicos, aguardando os últimos movimentos dessas peças de xadrez, que é a política e, como o tabuleiro, esperamos as decisões de quem tem a vez de jogar. Porém, em partida de mentirosos, todo cuidado é pouco, não vale à pena apostar em Dilma. Contudo, muito menos em Eduardo Cunha, ambos são matreiros e escorregadios. Mas, sabemos que a dama e o bispo, tal qual a torre e o cavalo é quem defende o rei no tabuleiro. Na política, não é diferente, há vários homens fazendo papéis de damas e bispos, tanto quanto torres e cavalos.
O jogo teve seu início, apenas vencerá o bom jogador, o verdadeiro estrategista. E nesse momento, quem for o vencedor roubará o restante do butim. É pura ilusão daqueles que vestem as camisas dos partidos imaginar que o Brasil irá melhorar com a queda de Dilma ou a derrocada do Cunha. Esse último vai desmoralizar o governo do PT antes de ser corrido do cargo. Já, a Dilma entregará seu governo para o inimigo Michel Temer enquanto estarão decidindo o impedimento de seu mandato.
E, com Temer no comando, vão-se empilhar pmdebistas nos cargos mais privilegiados do governo e ninguém fará coisa alguma nessas funções, mas, vão incorporar vantagens permanentes em seus salários. Assim funcionam as empresas públicas, são todas, sem exceção, cabides de empregos e nelas existe a possibilidade de, sem nenhuma habilidade profissional, obter-se excelentes quantias para defender seus interesses. E dizem que nesse país de militantes egoístas a luta é pela fraternidade.
A verdade é que não há boas intenções nessa política oportunista, são todos corruptos e corruptores, apenas lutam por seus interesses, independente de partido. Os partidos que não compõem o governo esperam a oportunidade de ingressar nos milhões de cargos que ficarão vagos nesse Estado Democrático de Direito com o afastamento do PT e do PMDB. A democracia tornou-se a cortina de ferro que separa os direitos fundamentais do voto obrigatório. Ora, se o voto é obrigatório, logo não há liberdade! Não havendo liberdade, não há direitos. Sendo assim, não participamos de nada. Basta ver, como nós estamos decidindo a saída de Cunha e o impedimento de Dilma. Se os dois são nossos representantes, onde consta que queremos a saída de Dilma e do Cunha? Estou confuso! Enfim, o que é Estado Democrático de Direito? O PT pediu o impeachment de Collor e foi atendido, porém, não aceita que peçam o seu...tá ficando complicado entender!
*Professor e corretor de imóveis
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Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.