O que o Brasil fará com os milhões de brasileiros que concluíram os estudos nas faculdades de todo o território nacional, além de jogá-los em subempregos nas mais diversas metrópoles desse inóspito e decadente mercado de trabalho?
Não há resposta para essa pergunta, pois os políticos que administram o Brasil pensam apenas nas campanhas eleitorais. Como a de 2014, que tinha como slogan: Brasil; pátria educadora. Mas, para que serve educar, no sentido de qualificar o cidadão com título de terceiro grau, se não há o aproveitamento desse indivíduo.
Por outro lado, a política irresponsável finge proporcionar aos milhões de cidadãos das mais diversas faixas etárias que ingressam nas faculdades, o valor de conquista. Enaltecendo a competência acadêmica daqueles que acreditaram na oportunidade de inclusão no mercado de trabalho através dos estudos.
Assim, a política com suas estratégias de campanha aprisiona o voto, mas não gera emprego a ninguém após a conclusão do curso superior, mestrado e doutorado. O Estado vira as costas, e a esses lhes restam apenas os diplomas para por junto ao quadro de formatura na casa de seus pais. E depois voltam a seus subempregos.
Dito isso, entendo que esse graduado ou pós-graduado que permitiu a si ter um valor diferenciado em meio à sociedade, pelo seu esforço e dedicação aos estudos é submetido à vexatória condição de desempregado se não se submeter ao subemprego oferecido pelo mercado. Esse indivíduo só percebe que não há emprego oferecido pelas estatais e muito menos pela iniciativa privada quando se dá por conta que foi usado por um governo que o queria como estatística positiva para angariar empréstimos nos países do primeiro mundo. Aqueles que analisam o mundo através de gráficos.
De modo que, o governo não está nem um pouco interessado no cidadão. E fica evidente que as universidades públicas e privadas, tanto quanto os institutos federais não estão em sintonia com os ministérios da gestão pública federal e esses tampouco com as empresas empregadoras da indústria e do comércio. Sobre essas faculdades brasileiras, pode-se dizer que apenas montam um projeto de conhecimento para o aluno a fim de torná-lo um instrumento sem valor, daqueles que ficam a disposição de quaisquer interesses que ofereçam o mínimo de recurso para a sua subsistência. Por esse motivo que os filhos dos políticos estudam no exterior e têm contas na Suíça.
Comparar as universidades brasileiras com as localizadas no primeiro mundo é como querer desprezar a inteligência dos tupiniquins.
Lá. As instituições de curso superior pensam na colocação do aluno no mercado de trabalho. Os profissionais que estão sendo formados sabem exatamente para onde irão ao término do curso. Aqui, o governo apenas quer gerar a oportunidade de ensino para mascarar os índices de valorização humana, junto aos órgãos internacionais. Como quem diz - nós nos preocupamos com nossa sociedade. Mas, não passa disso.
Na verdade, nenhum administrador público está preocupado em ajustar o mercado profissional para enquadrar os formandos de todas as áreas oferecidas nas faculdades brasileiras.
Basta saber que, de janeiro a março deste ano, os desempregados com diploma de curso superior aumentaram 21,25% em relação ao mesmo período de 2014, isso baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale lembrar que muitos diplomados se propuseram a assinar carteira no subemprego e, portanto, não constam nessa estatística.
Logo, não haveria de existir vagas em nenhuma instituição de ensino superior sem primeiramente o governo conceder prévia oportunidade de emprego. O planejamento deveria reger os cursos universitários.
Principalmente, não deveria, em nenhuma hipótese, as universidades portarem bandeiras partidárias. O compromisso com os partidos políticos afasta o compromisso com a Educação.
*Professor e corretor de imóveis
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Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.