“ É muito mais fácil ser pobre aqui do que em qualquer lugar do mundo. O mar é livre para o banho, as praias aceitam negros e brancos. As pessoas são afáveis. Há beleza para todos os olhos”. Texto do escritor mais traduzido do mundo, Stefan Zweig, após fugir do inferno nazista e vir morar no Brasil, em Petrópolis, no Rio. Foram seis anos de vida em um paraíso, até 1942, quando matou a mulher e se suicidou , abalado por um assalto. O que ele faria hoje com os assaltos diuturnos aos cofres públicos?
O povo começa a tirar as vendas e, mais fortes do que Zweig, reagimos não com o suicídio ( que teria de ser coletivo )/homicídios, mas com manifestações. E que manifestações!!! Incidentalmente, nas entrevistas que os dois “Ministros” concederam após a passeata dos milhões, pareceu-me que aquele que usa barba derrapou num ato falho: afirmou que os que foram às ruas são as pessoas que não votaram nela. Por simples consequência a afirmação dá espaço para se admitir que aqueles que se vestiram de vermelho no dia 13 seriam os indivíduos que a elegeram.
O grupo de brasileiros que foram às ruas no domingo , 15, foi muito, mas muito maior do que o de petistas. Ora, salvo engano, esse fato evidente enseja a conceder que:
1 – ou houve severa defecção dos acólitos do PT; 2 – ou aqueles que ainda aderem às teses desse partido estão envergonhados de mostrar a cara ante os doze anos de contínuos escândalos “ NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS” perpetrados em boa dose pelos próceres da agremiação ; 3 – ou teve um dedinho malandro da urna eletrônica na vitória eleitoral dela. OU SERÁ QUE NADA DISSO OCORREU?
Hélio De La Penha, jornalista e humorista, assim traduziu o movimento do último domingo: “ as elites brancas brasileiras de todas as cores e os ricos de todas as classes foram protestar...”. A máscara caiu. Chega a ser cômico o que petistas dizem, como o deputado Sibá Machado, líder do PT na Câmara: “suspeito de ação da CIA, a agência de inteligência americana, por trás das manifestações”. É subestimar demais a inteligência do povo de Pindoma!!!
Viajei, como de praxe, de Rio Grande ao Rio, de carro. Deplorável o estado das estradas. Novos, nem pedagiados, muitos trechos esburacados. Um acidente banal, num trecho pedagiado, provocou engarrafamento de 30 km e três horas de espera. É o pedágio me engana que eu gosto! Finjo que faço e figem que fiscalizam!
Deu vontade de retornar à terapia do convívio com os amigos, em Rio Grande/Cassino/SJN, aos jogos do São Paulo, ao Cultura Debate, às delícias dos pastéis de marisco do Mineiro, aos camarões do Atalaia, no Mar Grosso, ao camarão na moranga e petiscos mil do Restaurante da Lagoa e do Camping ( Dna. Maura ) nas cercanias da Capela/SJN. A hospitalidade do povo e a qualidade da gastronomia nortense têm o poder de afastar qualquer um da sina de Sweig.
Economista*
^ topo
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.